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Mostrando postagens de dezembro, 2012

O homem, o tempo, a ciência. Quem?

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Memórias Póstumas de Brás Cubas Machado de Assis - Porque já não preciso de ti. Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem. O minuto que vem é forte, jocundo, supõe trazer em si a eternidade, e traz a morte, e perece como o outro,mas o tempo subsiste. Egoísmo, dizes tu? Sim, egoísmo, não tenho outra lei. Egoísmo, conservação. A onça mata o novilho porque o raciocínio da onça é que ela deve viver, e se o novilho é tenro tanto melhor : eis o estatuto universal. Sobe e olha. Isto dizendo, arrebatou-me ao alto de uma montanha. Inclinei os olhos a uma das vertentes, e contemplei, durante um tempo largo, ao longe, através de um nevoeiro, uma coisa única. Imagina tu,leitor, uma redução dos séculos, e um desfilar de todos eles, as raças todas, todas as paixões, o tumulto dos impérios, a guerra dos apetites e dos ódios, a destruição recíproca dos seres e das coisas. Tal era o espetáculo, acerbo e curioso espetáculo. A história do homem e da terra tinha assim uma i

Crepúsculo da Tarde

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Charles Baudelaire É doce o anoitecer, que é amigo do réu; Como um cúmplice vem, tão veludoso; o céu Fecha-se lentamente - ele é uma alcova enorme E muda o homem inquieto em fera que não dorme. Desejam-te por certo, ó suave anoitecer, Estes que sem mentir hão de poder dizer: Nós trabalhamos hoje! É a tarde que alivia As almas que devora uma atroz agonia, O sábio mais tenaz, pesada a fronte em chama,  O cansado artesão que volta à sua cama. E demônios malsãos, nestes pardos instantes, Acordam gravemente , como os negociantes, E movem ao voar o postigo ou a porta. Através dos clarões que a ventania entorta, O deboche na rua acende lume infame, E como um formigueiro encontra o seu forame. Vai forçando por tudo uma escondida estrada, Tal como um inimigo a tentar a emboscada; Move-se pelo bairro, o que o lodo consome, E como um verme rouba ao homem o que come. Ouve-se em cada canto a cozinha assobiar, O teatro estremecer, a orquestra ressonar; Nas mesas dos cafés, sonoras

MAIS UM ADEUS DO CONCRETO

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O titulo da postagem anterior caberia também neste post, pois Oscar Niemeyer foi chamado, entre tantos, de "O poeta do concreto", porém sua poesia não era com as palavras, mas com as formas, as curvas e a sensualidade.  Sua arte foi além das fronteiras da arquitetura, alçou voos para dentro de uma gente carente de homens que pensam e controem o futuro.

ADEUS POETA DO CONCRETO

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Em uma terra que pouca luz se direciona para a cultura, figuras com de Décio jamais serão substituídas ou sequer comparadas.  A homenagem desse Blog ao ilustre poeta, critico e pensador impar, transferimos aqui um texto de umas das suas muitas obras. A poesia parece estar mais do lado da música e das artes plásticas e visuais do que da literatura. Ezra Pound acha que ela não pertence à literatura e Paulo Prado vai mais longe: declara que a literatura e a filosofia são as duas maiores inimigas da poesia. De fato, a poesia é um corpo estranho nas artes da palavra. É a menos consumida de todas as artes, embora pareça ser a mais praticada (muitas vezes, às escondidas). Uma das maiores raridades do mundo é o poeta que consegue viver só de sua arte. Há dois mil anos, o poeta latino Ovídio dizia que as folhas de louro (com as quais se faziam coroas para poetas e heróis) só serviam mesmo para ADEU  temperar o assado. E como poderia ser diferente? Como encontrar um modo de remuner