TEATRO É ESSENCIAL
A Alice de muitos “eus” Ari Monteiro Três jovens atores, um texto instigante, uma iluminação competente e um palco. Este cenário é o que encontramos em “ Se ali se visse”. O texto nos leva, não para ao mundo de Alice de Lewis Carroll ou à Grécia Antiga onde Sófocles escreveu uma das mais belas tragédias e a legou para o ocidente e, claro, à humanidade, mas nos remete ao nosso ser, à pergunta que atormenta a humanidade desde os seus primórdios. Nos anseios de três Alices que colocam alguns “porquês” - seu tamanho, seu espaço, seu eu - , o Chapeleiro, o Coelho e a Rainha de Copas abrem, e fecham, as portas de nosso imaginação para questionamentos existenciais. Somos muitos “eu”, temos deuses, temos oráculos, criamos espaços imaginários, nos afundamos em elucubrações vazias, cheias de nada, e nos distanciamos da pergunta originária. Estes três jovens farão com que essa pergunta seja colocada na ordem do dia na sua memória, do esquecimento do seu ser - como disse Heidegge