FILOSOFIA É FESTA

O Ôntico, o Ontológico e o Dionisìaco

            O encontro entre estudantes nem sempre é agradável aos olhos, e principalmente ao ouvidos, de quem não participa dos temas estudados. E tenho certeza,  quando os “estudantes” são pessoas já de certa idade, imagine que temos “estudantes” de  60 anos na turminha - não coloquem aqui qualquer pecha de preconceito ou bullyng, para usar o colóquio contemporâneo, é apenas uma constatação – a coisa fica com ares de seriedade. Ainda fica mais complicado, para os assistentes, quando o encontro é de “estudantes”  de filosofia  e pasmem o tema filosófico principal,pois tantos outros entram na pauta sem prévio aviso, a Ontologia de Heidegger e o Idealismo transcendental de Kant. Mas nem tudo é espinho, veremos.
            De Heidegger, o Ôntico existenciário, que  devemos entender, o ente, o existente, o que esta no mundo e que pode ser apreedido, e o Ontológico existencial, possível através da Analítica da Existência ,o “ser”  que esta sempre por se construir e,o Dasein, o ser-ai, nunca esquecendo que esse “ser” será em Heidegger sempre verbo, e em sua caminhada será sempre: Ser-no-mundo, inserido no mundo, como ente ele participa desse mundo, o ser-com -  se relaciona com o “outro”, ser-em - o ser tem uma posição no espaço , ainda-não - aqui temos o conceito de incompletude do ser, o sempre estar em construção o ser é “projeto”,  a relação com o tempo que esta por vir e a angustia - essa não é ôntica, não está no mundo, pertence ao ser, inunda o NADA, é a  clareira do ser, metáfora usada por Heidegger, e podemos dizer, é caminho do ser-para-morte. O Dasein, ser-ai é sempre projeto, não termina, esse Dasein como “ser-ai” para alguns comentadores pode ser traduzido também com “estar-ai” o que facilita o entendimento, se isso é possível.
            Por falar em entendimento vamos para Kant que colocou os limites da razão e descreveu o aparelho cognitivo como Sensibilidade, ou Intuição, no espaço e tempo, esses puros, a priori, isso é, dados que não foram “contaminados” pela experiência (Estética Transcendental) e o entendimento (Lógica Transcendental) , o lógico, são os conceitos puros do entendimento, as categorias  lógicas, mas vem clara a pergunta: Mas como? Um separado do outro é dualismo? Mas Kant pensou nisso também e ligou, para ele Subsunção, a sensibilidade, espaço tempo (síntese) e o entendimento (conceitos, categorias) pelo esquema transcendental, dessa articulação (palavras da Suze), temos o fenômeno, esse temos acesso, é que se apresenta para o sujeito, é o que apreendemos, pois da essência (noumeno), a coisa em si,não temos acesso, esta fora dos limites da razão, para Kant.
            Depois de nossos queridos convidados, esposas, filhos (alguns faltaram levar o gato, o papagaio, a sogra), ouvirem da metafísica, robusta e com pretensões questionáveis, saímos dos ônticos heideggeriano, das categorias kantiana e caímos no dionisíaco nietzschiano, isso é musica e muita diversão com direito a cerveja, uma (no caso varias) picanha,saladas em geral, enfim nos construímos mais um pouco ao lado de amigos. 



Pré-Socráticos e Pós-Modernista (Novo Integrante) em reflexões profundas


Comentários

  1. Futuros Filósofos....

    boas vindas ao novo integrante Roberto Sammi

    esse grupo vai longe.

    abçs a todos

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