MENOS MARILENA CHAUÍ, MAIS MARIO FERREIRA DO SANTOS

Ari Monteiro

Licenciando em filosofia - UMESP

Ou As 4 notas de Marilena contra 11 notas de Mario F. Santos

O que é filosofia? No trabalho da Profa. Dra. Regina Rosseti, para atingir seus objetivos, a saber: Definir  o que é filosofia e apresentar os principais períodos da História, na segunda parte o faz com maestria deixando claro, na medida do possível (pois cada período poderia ser produzido uma extensa obra)  os períodos filosóficos, assim como seus principais autores e pensadores. Mas na primeira, trazendo para seu trabalho, como referência a obra "Convite à Filosofia", da autora Marilena Chauí, nos remete à uma apreensão falha, tendenciosa e porque não dizer errada sobre “ O é a Filosofia”. 
Vamos fazer critica do texto, e não do autor, pois artilharia para faze-lo não nos faltaria, isso feito por pensadores competentes como Gonçalo Armijos Palácios, Olavo de Carvalho, entre outros.

(http://www.olavodecarvalho.org/convidados/0096.htm) http://www.olavodecarvalho.org/convidados/0102.htm .

Nossa tarefa consiste, como afirmado,  é a critica do texto proposto, claro está, não li, e não pretendo estudar a obra de Marilena Chauí, o faço agora como trabalho acadêmico.

Comentaremos as quatro definições, ou conceitos do Guia de estudos, pg 15.

1  “ Visão de mundo de um povo...Filosofia corresponderia ao conjunto

de idéias, valores e praticas...”

Estamos falando de filosofia ou de moral? Não remete essa afirmação ao conceito de Éthos (do grego)=mores (do latim) (guia de estudos agosto 2009, 1.edição)? Podemos entender “...conjunto de idéias, valores e praticas...” como costume de  um povo? A filosofia não se diz de um povo, de uma raça e sim do ser humano. Se diz do Ser na ontologia ou metafisica, da Teoria do conhecimento, da lógica , assim como outros campos da filosofia. Temos então nessa afirmação de Marilena Chauí a redução da Filosofia como simples conjunto de idéias, valores.....Pouco para se dizer de 2.500 anos de pensamento filosófico.

2 “ Sabedoria de vida...dedicando-se a contemplação do mundo...”, colocar que filosofia, e os filósofos, como mero contempladores, do mundo, da natureza ou de outra “coisa” qualquer é nada mais que aprisiona-los em apenas meditar, pelo contrario a filosofia é dinâmica “Tudo se destrói, tudo se reconstrói; eternamente se edifica a mesma casa da existência. Tudo se separa, tudo se saúda outra vez; o anel da existência conserva-se eternamente fiel a si mesmo” , é o eterno retorno de Nietzsche (Assim falava Zaratustra, pg 284, 2007) é o  “tudo flui” de Heraclito,a contemplação deve ser,  uma pequena  parte de um todo, que chamamos de Filosofia.

3 “Esforço racional para conceber o Universo...distingue-se ... entre filosofia e religião...” aqui colocar a filosofia e a religião como possuidoras do mesmo objeto, so pode ser carga ideológica, ou pensar como na escolástica, não consigo levar adiante outra análise ou pensamento. Fundamentarei minha discórdia em Russel “

"Filosofia" é uma palavra que tem sido empregada de várias maneiras, umas mais amplas, outras mais restritas. Pretendo empregá-la em seu sentido mais amplo, como procurarei explicar adiante. A filosofia, conforme entendo a palavra, é algo intermediário entre a teologia e a ciência. Como a teologia, consiste de especulações sobre assuntos a que o conhecimento exato não conseguiu até agora chegar, mas, como ciência, apela mais à razão humana do que à autoridade, seja esta a da tradição ou a da revelação. Todo conhecimento definido - eu o afirmaria - pertence à ciência; e todo dogma quanto ao que ultrapassa o conhecimento definido, pertence à teologia. Mas entre a teologia e a ciência existe uma Terra de Ninguém, exposta aos ataques de ambos os campos: essa Terra de Ninguém é a filosofia.( Russell, B. (1977): História da Filosofia Ocidental, Rio de Janeiro: Cia. Editora Nacional. Versão ebook de Agapito Ribeiro Junior)

           

            Do esforço racional, fundamenta-se, pois do logos trata a filosofia, mas não a religião, o que encontramos de racional na fé ou na revelação? Remete-nos mais uma vez à uma redução da filosofia, e ao mesmo tempo coloca como absoluto o objeto, o Universo.

            4 “ Fundamentação teórica e critica...” Esse conceito/definição novamente nos manda à  moral, o que já foi aqui discutido, e que nos isenta do comentário.

            Em oposição às 4 notas da Filosofia , colocamos as  notas da  Filosofia de Mario Ferreira dos Santos, não comentaremos as notas por não ser o objetivo desse trabalho, faremos em outra oportunidade, apenas elencaremos como matéria de conhecimento.

            Para o Filosofo brasileiro, são de numero onze as notas  “para responder e perguntar são exigíveis:” na  filosofia.

1-    O homem; 

2-    Uma provocação, uma incitação;

3-    Um pensar , um desejo, um anelo;

4-    Uma necessidade de saber, de responder;

5-    Uma satisfação ou uma insatisfação

6-    Alcançar um limite;

7-    O desconhecido, um problema, uma aporia (Dúvida, dificuldade inerente a um raciocínio ) Dicionário N. Abbagnano (grifo meu);

8-    Desejo de saber, o desejo de transpor a barreira do desconhecido;

9-    Uma direção do pensamento;

10- Uma superação

11-  Uma tensão do pensamento.

(Filosofia e Cosmovisão, pgs 20,21,22)

Com essas notas, todas juntas pode-se entender da Filosofia, assim como dar inicio ao caminho filosófico, sem ter a pretensão de esgotar ou definir de modo “absoluto” ou definitivo, O que é a filosofia.

Referencias:

ROSSETI, R. Profa. Dra. Guia de  Estudos O que é Filosofia, UMESP 2010

DOURADO W. A. M., Guia de Estudos,Ética: sobre os muitos modo de ser, UMESP, 2009

NIETZSCHE, F. ,Assim falava Zaratustra, Editora Vozes, 2007, 3.ª Ed.

NIETZSCHE, F., A Genealogia da Moral, Editora Vozes, 2009,

RUSSEL, B.,História da Filosofia Ocidental, Cia. Editora Nacional 1977. Versão ebook de Agapito Ribeiro Junior

SANTOS, M. F., Filosofia e Cosmovisão, Versão scaneada pdf, 2ª Ed. 1955

CARVALHO,O.site internet, www.olavodecarvalho.org/convidados/0096.htm

ABBAGNANO, N.,Dicionário de Filosofia, versão pdf