A filosofia, a academia e o blog

Ari Monteiro
Licenciando Filosofia


Muitos do amigos que acessam nosso blog devem estar  com a certeza que este foi abandonado, sinto decepcioná-los, mas estão equivocados. O motivo da falta de novas postagens deve-se ao fato que infelizmente ainda não consegui convencer novos intelectos para auxiliar nessa tarefa - ainda não descobri onde meus argumentos estão falhando, e ai afirmar, não sou um bom aprendiz de filosofo ou um sofista fajuto-. Mas enfim cá estamos.
É comum nas universidades, as Aulas Magnas, e temos exemplos como a inauguração da cadeira de semiologia literária do Collège de France em janeiro de 1977 na qual Roland Barthes produziu o texto “A Aula”, Pierre de Bourdieu em 1982 proferiu  “Leçon sur la leçon” e no mesmo local em  1970, Michel Foucault fez sua Aula magna onde nos brindou com “A ordem do discurso” , que entrou para o mundo dos textos filosóficos obrigatórios. (coloco neste post o link para o texto),e assim com esses exemplos clássicos, temos inúmeros, mas pode perguntar o nosso leitor. Mas porque cargas d’agua  esse assunto? Explico.Também a minha universidade patrocina Aula magna e é por isso esse assunto se impõe no momento.
Ao contrário do Collège de France, a academia nos coloca um convidado, claro, de sua livre escolha, afinal é um dia especial, uma “aula” especial e tenho certeza com expectativas de gerar debates especiais, mas o que encontramos é um discurso carregado de corporativismo, e outros ismos mais, que pouco ou quase nenhuma pergunta carece ser levantada – filosofia é perguntar – a carga do discurso nos leva à critica de que o sistema educacional, seja ele qual for, nível básico, médio ou universitário precisa cada dia mais de carinho, ser olhado como nos ensinou Paulo Freire (cito o mestre pelo reencontro por conta de tarefas acadêmicas) com rigor, com disciplina, mas com amor, com um carinho que nasce das profundezas de nossas entranhas, como nos ensina Rubem Alves, a amor pelo aluno deve ser inquestionável. Mas o que sinto, e tenho certeza que muitos como eu, é a falta desse carinho, dessa busca pelo saber, que ao contrario da alegria (aquela de Espinosa, de aumento de potencia), nos frustra, nos entristece (perda de potencia espinosana) e nos coloca à margem desse sistema cruel, nos deixando apenas com a alternativa de esperar o dia que as “coisas melhorem”. Mas estou convencido: “Não estarei mais entre os que  respiram” 






Foucault - A ordem do discurso

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