A FILOSOFIA DE HEGEL É UMA REPETIÇÃO INTERMINÁVEL DA JUSTIFICAÇÃO.
Vitor Lacerda[1]
Quando a natureza
nega o “logos” no movimento dialético, implicitamente entende-se que nenhuma definição teórica é
absoluta (grande novidade!). O que é absoluto é o movimento da dialética entre o
logos, a natureza e o espírito. Ela se movimenta incessantemente numa dinâmica que põe a
realidade. Em suma, a filosofia de Hegel é apenas uma filosofia de Justificação,
que não identifica nada e nem define
nada.
Observemos neste
trecho como a filosofia de Hegel só se remete
ao gênero:
Tomado em si, o finito tem existência puramente ideal
ou abstrata, no sentido que não existe por si só, contra o infinito ou fora
dele- e isso, diz Hegel, “constitui a proposição principal de toda filosofia”.
O espírito infinito hegeliano é, então, como o círculo, no qual princípio e fim
coincidem de modo dinâmico, ou seja, como movimento espiral no qual o
particular é sempre posto e sempre resumido dinamicamente no universal; o ser é
sempre resumido no dever ser e o real é sempre resumido no racional. Essa é a
novidade que Hegel conquista, permitindo superar claramente Fichte.( REALE ;
ANTISERI, 2007, p.102)
Se olharmos no
cerne da fenomenologia do espírito, veremos uma “definição por gênero e
diferença” de forma inversa ou porque não dizer astuciosa. Isso significa que
ela não quer definir, mas apenas justificar...Vejamos o que diz COPI na
p.128 sobre esta ferramenta lógica:
Como uma classe é uma coleção de entidades que tem
alguma propriedade em comum todos os membros de um determinado gênero terão uma
propriedade em comum. Assim, todos os membros do gênero polígono compartilham a
propriedade de serem figuras planas fechadas e limitadas por linha reta que se
entrecortam. Este gênero pode ser dividido em diversas espécies ou subclasses,
de modo tal que todos os membros de uma subclasse tenham alguma outra
propriedade em comum, a qual não é compartilhada por membro algum de qualquer
outra subclasse. . ( COPI, 1978, p.128)
Ou seja, são as diferenças que vão definindo as espécies até chegar a
unidade. Mas é lógico que a forma inversa disso apenas justifica e não
determina. Eu vou dar um exemplo: Tomando a minha casa como um gênero e as
espécies como os seus objetos, quando se pergunta:- O que é copo, por gênero e
diferença de forma inversa justificando e não definindo eu posso responder: - é
a minha casa. O que é a mesa ? É a minha casa. O que é o portão? É a minha casa.
Ora, a essência da filosofia nada mais é, que buscar um pouco de
identidade e definição. Se os problemas
filosóficos na essência versam sobre identidade e definição é porque isso nos é
caro.
Hegel fez uma “definição por gênero e diferença” inversa e criou uma repetição interminável da
Justificação.
Veja que quando
existe uma conservação naquilo que é, quando se é logos ou ser em si. Bom, se assim não fosse ninguém conseguiria
definir e identificar nada e se fossemos esperar a manifestação do espírito
numa de suas voltas pelo gênero do todo para
a concepção de um termo, sendo que ele nunca define a diferença,mas
somente justifica o gênero( o todo), talvez uma só eternidade não nos seria o suficiente.
Em suma: A
Filosofia Filosofada por Hegel logicamente não é uma filosofia qualquer: é a
repetição interminável da JUSTIFICAÇÃO!
REFERÊNCIAS:
REALE. G; ANTISSERI. D, História
da Filosofia, 5: do romantismo ao
empiriocriticismo. 2.ed. São Paulo: Paulus, 2007. 382 p.
IRVING M. Copi. Introdução
à lógica. Tradução de Álvaro Cabral.- 2.ed.-São Paulo: Mestre Jou, 1978.
281p.
G.W.F.Hegel,
Prefácio da Fenomenologia do Espírito. Disponível
em: http://br.Egroups .com/group/acropolis/
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