FRIEDRICH HÖLDERLIN - 5 poemas
A canção de Hyperion Oh santos gênios! Vós caminhais, lá por cima, em luz, sobre terra suave Brilhantes deuses etéreos Tocam-vos levemente, Qual os dedos da artista nas cordas santas Sem destino, como a criança Adormecida, os anjos respiram; Castamente guardado Em discretos botões, O espírito floresce-lhes, Eterno, E os santos olhos Vêem em silenciosa E eterna claridade. Nós, porém, fomos condenados a errar, Sem descanso, p’la terra fora. Ao acaso, de uma Hora para a outra, Os homens sofredores Somem-se e caiem, Como a água atirada de Recife para recife, Ano após ano, na incerteza Empédocles ( 1 ) Procuras a vida, procuras, e um fogo divino, Vindo do fundo da terra, jorra e brilha em ti; E tu, numa ânsia arrepiante, atiras-te para o Fundo do Etna em flamas. Assim, fundi no vinho as pérolas do excesso Da rainha; pois ela o desej