O RAIO E A GOTA PESADA
IV Mas Zaratustra olhou para o povo e se admirou. Então falou assim: O homem é uma corda, atada entre o animal e o super-homem – uma corda sobre o abismo. Um perigoso para-lá, um perigoso a-caminho, um perigoso olhar-para-tras, um perigoso estremecer e se deter. Grande, no homem, é ser ele uma ponte e não um objetivo: o que pode ser amado, no homem, é ser ele uma passagem e um declínio. Amo aqueles que não sabem viver a não ser como quem declina, pois são os que passam. Amo os grandes desfazedores, porque são os grandes reverenciadores, e flechas de anseio pela outra margem. Amo aqueles que não buscam primeiramente atrás das estrelas uma razão para declinar e serem sacrificados: mas se sacrificam à terra, para que um dia a terra venha ser do super-homem. Amo aquele que vive para vir a conhecer, e que quer conhecer para que um dia viva o super-homem. E assim quer seu delinio. Amo aquele que trabalha e inventa, para construir a casa para super-homem e lhe preparar a